Iliteracia e Lettering
Uma das vacas sagradas das escolas de Design é o chamado "mundo real". Presume-se que seja "real" por oposição à própria escola, que é uma espécie de limbo ou sala toda branca onde o Keanu Reeves guarda as armas no Matrix. Este mundo real — também conhecido por "lá fora" ou por "mercado de trabalho" — é o sítio onde o aluno de design arranja um emprego num atelier de design e nunca mais precisa de teoria para nada, vivendo feliz para sempre. Muitas vezes, as disciplinas, matérias e notas finais dos cursos de Design são dadas em função desta filosofia pragmática.
Por outras palavras: toda a gente sabe que as escolas de Design devem educar profissionais para o mercado de trabalho. Por vezes, perdoa-se alguma abertura nas matérias leccionadas — som, imagem, filme, teoria, etc — desde que isso não habitue mal os futuros profissionais.
Desta forma, é prática comum não ser dada demasiada (leia-se nenhuma) formação teórica aos futuros designers. Resultado: há alunos que durante o curso nem sequer leram aqueles livros que só têm escrito "The quick brown fox" em várias fontes e que apesar disso têm médias elevadíssimas. O raciocínio de quem lhes dá as notas é do género: "Oh, ele nem sabe ler e escrever, mas é um rapaz esforçado e, como vai trabalhar num atelier de design, não precisa de grandes conhecimentos teóricos de qualquer das formas…"
No entanto,em Portugal, a única utilidade da média final de curso é dar aulas ou aceder a um mestrado ou doutoramento; para trabalhar num atelier nem sequer é preciso um curso. Concluindo, o resultado da valorização excessiva de um certo pragmatismo saloio à custa de uma formação teórica mais sólida faz com que os nossos mestrados, doutoramentos e lugares de docência estejam recheados de pessoas que nunca viram nenhum interesse ou vantagem em ler, escrever e até pensar demasiado.
Por outras palavras: toda a gente sabe que as escolas de Design devem educar profissionais para o mercado de trabalho. Por vezes, perdoa-se alguma abertura nas matérias leccionadas — som, imagem, filme, teoria, etc — desde que isso não habitue mal os futuros profissionais.
Desta forma, é prática comum não ser dada demasiada (leia-se nenhuma) formação teórica aos futuros designers. Resultado: há alunos que durante o curso nem sequer leram aqueles livros que só têm escrito "The quick brown fox" em várias fontes e que apesar disso têm médias elevadíssimas. O raciocínio de quem lhes dá as notas é do género: "Oh, ele nem sabe ler e escrever, mas é um rapaz esforçado e, como vai trabalhar num atelier de design, não precisa de grandes conhecimentos teóricos de qualquer das formas…"
No entanto,em Portugal, a única utilidade da média final de curso é dar aulas ou aceder a um mestrado ou doutoramento; para trabalhar num atelier nem sequer é preciso um curso. Concluindo, o resultado da valorização excessiva de um certo pragmatismo saloio à custa de uma formação teórica mais sólida faz com que os nossos mestrados, doutoramentos e lugares de docência estejam recheados de pessoas que nunca viram nenhum interesse ou vantagem em ler, escrever e até pensar demasiado.
3 Comments:
Isto parece-me um bocado estranho...
Desde que o Designer X chegou ao panorama nacional, isto de criticar o design gráfico tornou-se um bocado apetecível, mas dái a tentar fazer a mesma coisa sem provocar diferenças, não me parece justo. Ainda por cima anónimo na mesma.
Em resposta ao Anonymous anterior a mim:
Citando um citação num outro blog, falando das competências de um designer (entrevista à AND no sosd1):
"O Designer analisa, avalia, diagnostica e propõe soluções técnicas, estéticas e funcionais para os espaços, produtos ou artefactos que concebe(...)"
Análise, avaliação e diagonóstico são 3 etapas de um projecto que não têm lugar no "mundo real", ou resumem-se a uma meia horinha pela net a ver o que faz a concorrência em situações semelhantes à nossa. Pelos vistos estamos todos de acordo com esta metodologia pois preferimos saltar directamente para a fase de execução sem um entendimento do problema, atitude presente até quando se discute a prática do Design. Prefere-se premiar quem "trabalha" a quem discute (pensar e falar é coisa de preguiçoso ou incompetente), e acabamos com uma mão cheia de "projectos" vazios de intencionalidade, objectivos e métodos para além de um muito vago "promover o design" (junto dos designers, curiosamente...).
Projectos de cariz teórico fazem falta em Portugal, soluções genéricas em forma de template qualquer um faz. Gosto de pensar o que faço e em muito me têm ajudado estes blogs. Cito-os constantemente nas minhas memórias descritivas. :)
Bem... Vou ter de desligar o cérebro... tenho um site para acabar...
Desde que entrei para a FBAUP, para o curso de Design, que todo o meu fascinio... tinha desaparecido. O cerebro pára e sentimo-nos vegetais. (tou a falar no plural...k erro! Acho que os pavões formatados que me acompanham neste descalabro tem uma ideia bem diferente desta 'santa catedral'.)
EU NAO KERO IR TRABALHAR PARA NENHUMA EMPRESA. Nem ser professora... nem tirar boas notas, que neste sitio nem sempre significam grande coisa.
mas Amo o design. e as alternativas sao mais vastas k isso. aki em Portugal é que posso arriscar-me a viver debaixo da ponte.
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