Mitologia do Design Gráfico: O Cliente
E quando o designer produz uma coisa que sabe ser feia de morrer e completamente ignóbil, cheia de cores, drop-shadows e afins? Geralmente, atribui este tipo de deslizes ao cliente, personagem um bocado típica e obtusamente pragmática, perita numa nova modalidade de sabedoria popular a que se chama marketing, segundo a qual a sua revista tem que parecer informada, em cima do assunto, pertinente; por todas estas razões é conveniente que pareça que foi concebida em três minutos, por um aluno do nono ano com excesso de açúcar no sangue. Segundo estudos científicos, só os jovens e os reformados têm tempo para ler e ver televisão — as pessoas sérias não se deixam ludibriar pela impressa e comunicação social. Isto só deixa os jovens, porque os reformados são obrigados a gastar tudo o que têm em medicamentos e comida. Infelizmente (segundo o cliente), se um jovem não tem sempre no seu campo de visão pelo menos três milhões de cores e quinze tipos de letras diferentes vai logo a correr drogar-se, ter uma infância difícil, ou seja lá o que essas criaturas fazem quando não lêem— parece que os jovens reagem melhor à má tipografia e ao excesso de degradé.
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