Where The Streets Have No Name
Durante a Segunda Grande Guerra, as autoridades inglesas, receando sensatamente uma invasão Nazi, retiraram todos os sinais de trânsito e placas com nomes de ruas, com o objectivo de confundir e desorientar o inimigo. Recuperando o espírito peregrino desta iniciativa, a Câmara do Porto resolveu instalar novas placas toponímicas.
São umas coisas verdes, feitas em plástico recortado a imitar ferro forjado e têm o nome da rua escrito naquelas letras ultra-condensadas que se viam no final dos anos oitenta (género logotipo do Público).
Quanto à legibilidade e tentando manter uma crítica construtiva só posso dizer que são discretas. Fiz alguns testes com a ajuda de um amigo; a leitura é óptima se treparmos às caleiras instaladas previdentemente pelos serviços camarários; testamos a coisa a partir de um carro em movimento, mas não podemos revelar os resultados enquanto não houver resposta da seguradora.
Concluindo, só me resta apelar ao espírito de luta que caracteriza os habitantes da Invicta. Agarrem nas vossas chaves de parafusos, nas vossas caçadeiras, nos vossos canivetes e arranquem essas coisas da parede. Lavem-nas, pintem-nas e ofereçam-nas aos turistas para servirem de base para as travessas.
É a única maneira de salvar o bom nome da cidade.
11 Comments:
Tenho o azar de viver em Lisboa. Onde posso encomendar uma placa dessas?
Ouvi dizer que estavam a vender uma que já tinha sido escarrada pelo Beckham no eBay. Acho que já vai em 2500 euro ou mais.
realmente a coisa tem um baixo nível de legibilidade - a fonte usada parece uma versão da Didot - o "mestre" Armando Alves deu maior relevância ao factor de reconhecimento da placa nas paredes (sujas) - aquele verde câmara é no mínimo estranho - e uma vez que já ninguém conseguia ler as placas (porque não estavam lá) ele simplesmente escolheu um tipo que lhe permite colocar 300 caracteres na mesma linha.
É o mínimo que se pode dizer sobre as placas. Quanto a isso do Mestre, fica aqui um desafio, há assim tantos no Porto?! É que agora, e de memória, lembrei-me do Oliveira dos filmes, do Machado dos cartazes e do Resende dos quadros. Todos mestres, todos gastos, todos velhos, como a própria cidade do Porto.
Atenção: e vivo no Porto.
http://www.edenbabes.com/images/chloe_hardcore16.jpg
E já agora, que raio terá acontecido às placas substituídas?, confesso que me agradava a variedade cronológica/formológica das placas, um certo apelo vernacular, patine histórica, etc. Acontece-me com bastante frequência o questionar o que chamo de uma certa 'switzerlandization' do design de carácter informativo, um tipo sai de casa de manhã e: dude, where is my Switzerland, agora, este provincianismo, tipo: já repararam que a Invicta está mais bonita?, de qualidade estética duvidosa e funcionalidade, obviamente incompetente. Ok! são todas iguais! pffff!
isto é uma experiência
Ressabiator,
estou de ressaca. É que já lá vai mais de um mês desde que aqui escreveste pela última vez. Da minha parte ficam aqui 10 "discos pedidos".
Que tal uns "posts" descontraídos sobre:
1. o catálogo do Festival de Curtas Metragens de Vila do Conde.
2. a evolução dos elementos de estilo (molduras, filetes, florões...) dos livros desenhados no período compreendido entre a invenção da imprensa e a Escola de Barbizon.
3. Otl Aicher
4. os cartazes das festas em honra dos santos padroeiros das aldeias.
5. o novo logotipo da E.D.P..
6. os tiques dos "flyers" das festas de Trance.
7. o genérico do "King of the hill".
8. o Sr. Jerónimo, o Freitas e o Nuno.
9. a origem do ponto de interrogação.
10. a Blogosfera e o Design.
Com os melhores cumprimentos.
João.
Ressabiator, estou a ressacar.
É que já lá vai mais de um mês desde que pela última vez aqiu escreveste.
Que tal uns "posts" de discurso sábio sobre uns temas marados.
Da minha parte ficam aqui 10 "discos pedidos":
1. O catálogo do festival de curtas-metragens de Vila do Conde
2. Otl Aicher
3. Cartazes de festas em honra da Nossa Senhora da Argemélia
4. O fenómeno Lab, Neo2...
5. A evolução dos elementos estilísticos (filetes, molduras, florões...) dos livros desenhados durante o período compreendido entre a invenção da imprensa e a Escola de Barbizon
6. Os tiques gráficos dos "flyers" das festas de Trance
7. O Sr. Jerónimo, o Freitas e o Nuno
8. Design Espanhol v.s. Design Português
9. O novo logotipo da E.D.P.
10. HTML for dummies
Abraço respeitador e saudoso do fiel leitor,
João da Concorrência.
P.S.: Esta é a terceira vez que tento afixar este comentário no Ressabiator. Espero que seja de vez.
Onde se lê "(género logotipo do Público)" deve escrever-se "(género logótipo do Público". A palavra logótipo é esdrúxula.
Ainda não tive a oportunidade de ver essas ditas placas mas, a ver por o q aqui vai escrito só me lembro de dizer: será q ninguém sabe o q quer dizer DESIGN???
Sim, estou a referir-me aos ditos "designers" q fazem placas do género: o designer têm a RESPONSABILIDADE de, primeiro do que tudo, fazer coisas FUNCIONAIS e RACIONAIS e não coisas bonitas, só porque o cliente gostava de uma coisa assim "engraçada".
Lembro por exemplo a criação de tipos de letra, q outrora eram alvo de vários estudos de legibilidade antes de serem apresentados ao público. E isso aconteceu à muito tempo atrás, parecendo q tivemos um retrocesso na forma de encarar as responsabilidades da profissão.
É lamentável q assim seja e q os atentados já venha dos ditos "mestres"… é que os exemplos vêm de cima!!!!!
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